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As principais doenças dos relvados
Sabe quais são as principais doenças dos relvados?
A manutenção dos relvados pode ser complicado, assim identificamos algumas das principais doenças dos relvados que não devem ser ignoradas:
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Brown Patch (Rhizoctonia sp)
Uma das doenças mais disseminada que pode afetar quase todos os relvados em é a RHIZOCTONIA. Esta é uma doença de primavera, verão e outono, a infeção progride rapidamente quando a temperatura noturna do ar se situa acima dos 20 ºC.
Embora seja relativamente fácil identificá-la porque os relvados apresentam manchas redondas de relva seca (5cm a mais de 1m), com o interior verde (olho de sapo) e as folhas podem apresentar manchas de cor de palha com o contorno entre o castanho e o preto.
Esta doença pode aparecer em qualquer área relvada e espalhar-se facilmente.
Medidas a adotar:
- Evitar as regas noturnas, sobretudo no verão (humidade nas folhas durante a noite);
- Evitar a aplicação de adubos azotados líquidos no verão;
- Utilizar preferencialmente adubos ternários com rácios de 3:1:2;
Tratamento: Felizmente, as soluções para controlar esta doença são numerosas e eficazes. Os fungicidas Iprodiona, Clorotalonil + Propiconazol e Azoxistrobina são os mais indicados.
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Pitium (Pythium sp)
É uma doença que se manifesta principalmente no Verão (Junho, Julho, Agosto e Setembro) em sementeiras novas e ressementeiras. Requer temperaturas altas (> 30° C), humidade e excesso de adubos azotados.
À superfície do relvado formam-se manchas irregulares, oleosas entre o amarelo-acinzentado e o castanho-escuro, de 2 a 15cm de diâmetro, que podem coalescer até cerca de 3m de diâmetro.
Posteriormente, as plântulas morrem e tornam-se de cor castanha clara e por fim bronze alaranjado.
Nas folhas atacadas aparece uma espécie de algodão branco, principalmente no principio da manhã (micélio do fungo). A doença estende-se por faixas, seguindo a deslocação da água.
Medidas a adotar:
- Favorecer um crescimento racional (fertilização equilibrada), evitando fertilizações azotadas;
- Evitar as regas excessivas e promover a boa drenagem do solo, evitando fenómenos de encharcamento;
- Promover a descompactação do solo.
Tratamento: Tratamento com fungicidas (Fosetil de alumínio, Azoxistrobina).
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Fusariose fria (Microdochium nivale)
É uma doença que apresenta um risco mais elevado em outubro /novembro, incluindo períodos de gelo. Os sintomas iniciais incluem pequenas manchas circulares, em média com 2,5 a 30cm de diâmetro. Podem ter uma cor branca / rosa pálido, passando a cor de palha com um anel exterior castanho alaranjado.
Ocorre com temperaturas elevadas e em condições de seca, aplicações excessivas e/ou desequilibradas de azoto na primavera ou verão, corte a uma altura inferior à recomendada, presença de 'tatch' (tapete radicular e excessivamente denso de relva morta que asfixia o bom desenvolvimento do relvado).
Também são visíveis manchas nas folhas quando expostas a longos períodos de humidade.
Medidas a adotar:
- Utilizar adubos à base de Potássio (P);
- Evitar os adubos excessivamente ricos em Azoto (N);
- Não reduzir a altura de corte;
- Eliminar a “manta morta”;
- Regar menos vezes mais tempo, numa altura em que as folhas sequem rapidamente.
Tratamento: Tratamento com fungicidas (Iprodiona, Clorotalonil + Propiconazol (....), Azoxistrobina) são os mais indicados.
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Ferrugem (Puccinia sp)
Esta doença manifesta-se de junho até ao final de setembro. É favorecida por um crescimento deficiente, provocado por falta de nutrientes e/ou pela alternância de períodos secos e húmidos. As ferrugens afetam todas as espécies de relva.
O aspeto geral da relva é castanho amarelado. O mais típico da doença é a presença de manchas pulverulentas alaranjadas (“ferrugem”) nas folhas infetadas, especialmente ao longo das nervuras.
Medidas a adotar:
- Fertilização bem equilibrada à base de Azoto (N) e Potássio (K);
- Se possível manter a altura de corte de 5cm e aumentar a frequência dos cortes, para retirar o material infetado antes que se espalhem os esporos;
- Regar de forma equilibrada, de preferência eliminando a rega ao final da tarde/principio da noite.
Tratamento: Tratamento com fungicidas (Clorotalonil + Propiconazol, Azoxistrobina) são os mais indicados.
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Fio encarnado (Laetisaria fusiformis)
Pode desenvolver-se a temperaturas entre 0-30ºC, nos períodos de formação de orvalho, nevoeiro e/ou chuvas pouco intensas, podendo também desenvolver-se em situações em que a relva cresce lentamente, baixas temperaturas, seca ou fertilização inadequada.
As folhas infetadas ficam castanhas no meio de zonas sãs, tornando-se depois secas com aspeto de palha. O micélio do fungo é muito característico e dá o nome à doença. Trata-se de filamentos vermelhos que saem das folhas infetadas. O micélio adquire um aspeto “pegajoso” em condições de humidade persistente.
Os meses mais favoráveis ao seu aparecimento são março, abril, maio, setembro, outubro e novembro, apresentando um risco maior em outubro / novembro, incluindo períodos de gelo.
Medidas a adotar:
- Fertilização bem equilibrada à base de Azoto (N) e Potássio (K).
Tratamento: Tratamento com fungicidas (Azoxistrobina, Clorotalonil + Propiconazol, Iprodiona) são os mais indicados.
Saiba mais sobre a manutenção de relvados, AQUI.
Comentários
João Fonseca
Obrigado pela partilha
Jorge Martins
Este é um tema de grande interesse para o exercício das minhas funções, pelo que gostaria de poder obter todas as publicações disponíveis.
José Pedro
Detetei uma praga que se encontra a afetar o meu relvado desde há 2 anos. Identifiquei entretanto o inseto causador desta praga que tem o nome de Blissus insularis
Muito agradecia que me indicassem se existe algum tratamento para combater esta praga.