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 Habitualmente surge na imprensa artigos de natureza não científica que alegam que os relvados têm consumos de água mais importantes do que árvores e arbustos. Não existem estudos e publicações científicas atualmente disponíveis que confirmem estas alegações, pelo contrário, os dados atualmente disponíveis sugerem precisamente o contrário.

 A partir de um determinado momento, disseminou-se largamente o conceito da redução das superfícies relvadas nas zonas urbanas, substituídas por árvores e arbustos, como medida de preservação do stock de água nas cidades.

 No entanto, só um número reduzido entre as centenas de espécies de árvores e arbustos cultivadas foram até à data objeto de estudo em termos de evapotranspiração. Em compensação, a maior parte das espécies de relvas cultivadas têm estes parâmetros medidos.

 Se compararmos os estudos disponíveis relativos à evapotranspiração é notório o padrão de consumo de água muito mais elevado no caso de árvores e arbustos do que no caso de áreas relvadas, isto para parcelas de superfícies comparáveis.

 Esta realidade reside na observação do facto que a partir de um determinado nível higrométrico (quantidade de água em vapor na atmosfera, ou seja a humidade), a evapotranspiração aumenta em função da superfície da folha. Assim quanto maior ou mais larga forem as folhas maior a taxa de evapotranspiração, maior o consumo de água.

 Este facto está de acordo com o que se passa em termos de distribuição da vegetação no mundo, onde as zonas de maior pluviosidade, mais chuvas,  são as zonas onde encontramos as florestas em quanto que as zonas de pradarias (com espécies do mesmo tipo das que constituem os relvados) se encontram em zonas semiáridas, com menos chuva ou com estações secas.

 

 

FACTOS SOBRE O CONSUMO DE ÁGUA: 

  • As herbáceas de cobertura de solo (tipo prado), com rega gota-a-gota, necessitam de menos 100 litros de água /ano/m2, em comparação com 1m2 de relva. No entanto, cerca de 17% dos utilizadores de coberturas de solo herbáceas acaba por gastar mais água com estas do que com a relva.
  • Em termos de controle de temperatura, as temperaturas atingidas ao nível das herbáceas de cobertura (prados) chega a ser de mais de 8ºC do que no caso dos relvados.
  • A listagem de plantas com poucas necessidades em termos de consumo de água, difundidas são baseadas num princípio errado, segundo o qual as plantas capazes de sobreviver nas zonas áridas consomem pouca água. Na realidade, a característica que lhes permite sobreviver nestas regiões é a sua capacidade de resistir à secura, o que não é a mesma coisa. Estas, assim que são instaladas em meio urbano e beneficiam de irrigação (rega) grande número destas revela-se como grandes consumidoras de água.

 

RECOMENDAÇÕES COMO POUPAR ÁGUA:

No entanto, para que o seu relvado não seja uma “esponja de água”, alguns cuidados devem ser tidos em conta, nomeadamente:

 

1. Escolha do relvado:

Adaptar a escolha das gramíneas que compõem o seu relvado ao contexto de solo e clima da sua região. Por exemplo, a utilização de Festuca arundinaceae como espécie dominante pode conduzir a economias de água até 28% (relva Easy).

 


2. Sistema de Rega aconselhável:

 Otimizar a instalação do seu sistema de rega (sistemas automáticos, bem projetados e programados).

 

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3. Otimizar a rega do seu relvado:

 Otimizar a gestão da sua rega através de medidas pluviométricas (quantidade de chuva/humidade) e uma compensação (rega) adaptada em função das necessidades do relvado nas diferentes condições.

 Deve utilizar um programa ou aplicação que faça estes cálculos baseados na evapotranspiração potencial para as diferentes condições climatéricas é hoje possível e muitos dos programadores dos sistemas de rega já os têm e estão no mercado a preços acessíveis.

 

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