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Cortar e aparar um relvado
O corte adequado, combinado com outras práticas de manutenção do relvado, é fundamental para obter relvados atraentes e bem tratados.
Cortar a relva envolve muito mais do que apenas cortá-la semanalmente ou sempre que a relva parece demasiado alta.
Um relvado atraente depende de um corte adequado, além de outras práticas culturais, como irrigação e fertilização, para ter a melhor aparência. Cortar a relva a uma altura e frequência que complementem o hábito de crescimento da relva resulta num relvado uniforme e denso que desencoraja as ervas daninhas e ajuda a reforçar que a área seja só ocupada por relva.
Cortar a relva muito baixo enfraquece a relva, fazendo com que esta fique mais rala, incentivando a invasão de ervas daninhas, tornando-a mais suscetível a pragas e, possivelmente, com o tempo, matando a relva.
Cortar a relva muito alto produz um relvado irregular e pouco atraente e estimula o acumular de palha, uma camada “esponjosa” de restos de plantas.
A frequência de corte é tão importante como a altura de corte na manutenção de um relvado saudável e deve ser determinada pela taxa de crescimento da relva, que por sua vez depende das condições climáticas e da manutenção do relvado.
Para um relvado saudável, deve prestar especial atenção a:
- Ao equipamento que usa,
- Como corta,
- Quanto, quando e com que frequência corta.
Cortar e aparar, particularmente quando feito corretamente, melhora a saúde e a aparência do seu relvado e reduz a necessidade de água e o necessário tempo para a manutenção do mesmo.
Ferramentas e materiais:
- Roçadora
- Corta-relvas rotativo ou helicoidal
- Fita métrica
- Ancinho
- Vassoura
- Apare primeiro a relva. Se usar uma roçadora de fios, use-a antes de cortar a relva. O corta-relvas vai triturar as aparas e reduzirá a necessidade de varrer.
Não use roçadoras de linha para cortar a relva contra o tronco das árvores. Isso danificará a casca, muitas vezes com gravidade suficiente para matar a árvore. Em vez disso, estabeleça uma área sem relva e com outro tipo de cobertura ao redor da árvore para que não seja necessário aparar rente.
- Corte na altura correta. A altura ideal de corte é determinada pelo tipo de crescimento de cada relva e pela textura de sua folha (ou seja, o comprimento e a largura das folhas). A sobrevivência de uma gramínea depende da produção de superfície foliar adequada para a produção de alimentos por meio da fotossíntese. Cortar a relva muito baixa remove grande parte da área de produção de alimentos da relva. À medida que a relva não produz os seus alimentos, literalmente morre de fome, o relvado fica mais fino e parece pobre. Por outro lado, cortar a relva demasiado alto pode prejudicar a aparência ou a comprometer o uso da área relvada.
Logo não existe uma altura de corte única indicada para todos os relvados; os corta-relvas devem ser ajustados de forma diferente para cada relva.
Corte relva brasileira com cerca de 5 a 7 cm de altura; festucas, poas, lollium com cerca de 3 a 4cm de altura. Corte as bermudas, centopéias e zoysias com cerca de 2 a 5 centímetros de altura, no entanto, as bermudas híbridas devem ser cortadas mais baixas, com cerca de 2 a 2,5 cm de altura.
- Ajuste a altura da lâmina. Coloque o corta-relvas sobre uma superfície dura, desconecte a vela e meça a altura das lâminas com uma fita métrica. Ajuste a altura do deck para o nível desejado. Teste a configuração cortando um bocado do relvado e verifique a altura da relva. Ajuste o corta-relvas conforme necessário.
Dentro da sua faixa ideal de altura de corte, cada espécie de relva será mais saudável e terá um sistema radicular mais profundo quanto mais alta a relva for cortada. Além disso, dentro da faixa de corte recomendada, uma relva cortada mais alta é mais tolerante à seca, ao calor, ao tráfego, à sombra, às doenças e às pragas do que aquela que é cortada mais abaixo.
- Mantenha as lâminas afiadas. Afie a lâminas dos corta-relvas pelo menos uma vez por temporada. Remova a lâmina e afie-a com uma rebarbadora de bancada ou com uma lima de fresagem resistente e certifique-se de verificar o equilíbrio da lâmina.
As lâminas cegas deixam os relvados com uma aparência irregular devido às folhas de relva esgaçadas ou não cortadas.
- Siga a regra de 1/3. Corte a relva com frequência suficiente para que não seja removido mais de um terço do comprimento das folhas de relva de cada vez.
Por exemplo, se você mantém um relvado de festuca com 5cm, corte-o quando a altura da relva atingir 7 centímetros. Isto pode significar cortar a relva uma vez por semana, durante a primavera, e a cada duas semanas durante o verão.
Remova apenas um terço da altura da relva ao cortá-la para evitar danos e stress na relva. Cortar muito de uma só vez pode fragilizar toda a planta.
- Corte a relva quando esta estiver seca. A relva molhada corta de maneira desigual e requer varrer para remover as aparas, emaranhadas, que sufocam o relvado e a própria relva. Cortar a relva molhada também promove o crescimento e a propagação de organismos causadores de doenças.
A relva molhada inclusive pode colar-se às lâminas e obstruir o corta-relvas.
- E as aparas? Deixe aparas pequenas e trituradas no relvado, onde se irão decompor e melhorara saúde do solo, mas remova os aglomerados que podem sufocar a relva.
Com algumas exceções, é pode deixar as aparas no relvado após o corte. Esta prática, denominada “grasscycling”, está a aumentar a sua popularidade à medida que as comunidades tentam reduzir a quantidade de resíduos que vão para aterros sanitários. As aparas de relva decompõem-se rapidamente e libertam nutrientes valiosos de volta ao solo.
O “grasscycling” de relva pode ser praticado em qualquer relvado saudável, desde que o relvado tenha uma manutenção adequada.
Infelizmente, muitas pessoas tratam um relvado como se fosse uma cultura: regando-o e fertilizando-o em excesso para estimular o crescimento máximo e depois “colhendo a colheita”, isto é, ensacando as aparas de relva e transportando-as para um aterro sanitário.
O “grasscycling” de relva, bem-sucedido, também requer um corte adequado de acordo com as indicações atrás dadas. Com o corte frequente, obterá aparas curtas que não cobrirão a superfície da relva, se estas forem deixadas no relvado irão decompor-se rapidamente.
Há, porém, alturas em deixar as aparas no relvado não é apropriado:
- quando tempo húmido se prolonga,
- ou outras circunstâncias que reduzem a frequência de corte,
e, portanto, levam a um volume excessivo de aparas de relva, o que determina que as aparas de relva devem ser ensacadas.
DICAS
- Mantenha as lâminas do corta-relvas afiadas para evitar danos às folhas da relva. Cortes irregulares convidam a doenças e fazem o relvado ficar com uma aparência castanha, de doença.
- Alterne as direções de corte cada vez que cortar para ajudar a manter a relva a crescer na vertical e evitar a compactação do solo. Corte em um ângulo de 45 ° ou 90 ° em relação ao seu último corte.
- Para cortar as misturas de relva, comumente presentes nos tapetes, faça-o de uma forma que favoreça a relva predominante ou a que pretende dar mais destaque.
- Não altere drástica ou repentinamente a altura de corte. Se a relva ficar demasiado alta, restabeleça a altura recomendada cortando a relva com mais frequência durante algum tempo e diminuindo gradualmente a altura de corte dos cortes sucessivos, seguindo a regra de 1/3.
- Dado que o corte da relva provoca tensão na relva, não corte a relva durante períodos de seca ou outras condições de stress climático. Os relvados que sofrem de falta de água devem ser regados e deixados secar antes de ser cortados.
- Corte a relva com sombra ligeiramente mais alta e com menos frequência do que normalmente é recomendado para essa espécie de relva. A sombra reduz a fotossíntese e alturas de corte ligeiramente mais altas permitem mais superfície foliar que compensa os níveis mais baixos de luz.