Testes de despiste para pragas no relvado

O período de Outono é propício aos ataques de pragas sendo especialmente importantes os danos de larvas de escaravelho, tipo Melolontha sp. e lagartas da família das Noctuidae.

A sintomatologia destas pragas no relvado é semelhante a “olho nú” a:

• manchas de relva seca, sem contornos definidos, e em zonas onde não há qualquer razão para existirem e sem qualquer tipo de manchas indicadoras da presença de fungos, nas folhas.
• a presença de pássaros, que alimentam de larvas, nestas zonas é também um indicador da possível presença destas pragas, embora uma população de minhocas possa também atrair pássaros.

Uma maneira de despistar se temos um ataque de larvas de escaravelho ou de lagartas é puxando a relva seca.

• Se esta se deixa arrancar quase sem resistência então o mais certo é encontramos larvas de escaravelho que lhe comem as raízes, caso contrário o mais provável é termos lagartas que comem a zona da coroa das plantas.

Pode ainda realizar um teste de imersão para detetar a presença de insetos adultos e em estado larvar que se alimentam abaixo da superfície do solo, caso das lagartas da família das Noctuidae.

Teste uma área do relvado que inclua relva saudável e não saudável:

• Misture 2 a 4 colheres de sopa de detergente líquido em 4 litros de água. Pode ser necessário uma maior quantidade de água nos locais onde os solos se encontram secos.
• Marque um metro quadrado no relvado com corda.
• Aplique a solução o mais uniformemente possível sobre a área com um borrifador.

A solução de sabão fará com que os insetos subam à superfície. Identifique e conte a presença de quaisquer insetos dentro de dez minutos após a realização do teste.

O teste de imersão não indica a presença de larvas de escaravelho e de percevejos tipo Blissus:

• Inspecione as raízes.
• Para detetar as larvas brancas, cavar ou cortar abaixo do thatch* e examine o solo ao redor das raízes e coroas (onde raízes e os caules se encontram).
• Procure as larvas brancas e sem pernas dos percevejos ou as larvas de escaravelho com seis patas em forma de C.

Os níveis económicos de ataque, ou seja, número de exemplares a partir do qual se justifica um tratamento, são de 3 larvas de escaravelho/m2 ou 5 lagartas de Noctuidae/m2.

Devido ao ciclo de vida das lagartas rosca (Noctuidae), os tratamentos devem ser efetuados e repetidos até à eliminação total da praga, pois as mariposas adultas voam à noite e põem os ovos nas folhas das gramíneas ou nas plantas próximas.

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As larvas alimentam-se, à noite, das folhas e da coroa e escondem-se na camada de thatch* ou num casulo “solto” no solo durante o dia.

As larvas transformam-se em pupas no solo e pode existir várias gerações por ano.

NOTA:

*Thatch é uma combinação de matéria vegetal viva e morta, incluindo coroas, estolões, rizomas e raízes.