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Tácticas e dicas para poupança de água
A água como o bem precioso que é deve ser utilizado com consciência e havendo formas de podermos ter um uso responsável, devemos aproveitar!
Veja algumas tácticas sobre o que pode fazer para poupar ou armazenar água para jardinar.
Topografia do terreno
O planeamento do espaço é crucial. Verificar o espaço e se este necessita de alterações na topografia para melhorar ou diminuir o escoamento superficial, é essencial.
A abertura de sulcos ou o nivelamento do terreno podem ser suficientes para que a água da chuva se infiltre em profundidade.
Um exemplo de um truque para melhorar a infiltração da água junto das árvores, é escavar um sulco em volta de todo o tronco para quando regar, por meio de alagadores, a água não se dissipe para todo-o-terreno, mas se concentre à volta do tronco até se infiltrar em profundidade, em direção às raízes.
Rega
O sistema de rega deve ser planeado, bem testado antes de qualquer plantação e recomendamos que tire sempre um tempo para fazer a sua manutenção (limpeza, alterações, renovações) antes da mudança da estação do ano.
Com o verão algumas borrachas ou peças de PVC podem ter ficado danificadas, sendo importante fazer essa verificação e troca caso estejam danificadas.
Antes da estação das chuvas, a limpeza das terminações do sistema de rega, limpeza de calhas drenantes são de extrema importância e deve ajustar o programador de rega ao longo do ano para coincidir com as necessidades do seu jardim/horta.
Uma das opções na poupança de água e também dar uma maior autonomia a todo o sistema é adquirir um sensor de chuva, pois previne o disparo do sistema de rega durante as horas de chuva.
Use as horas de menos calor para regar, logo de manhã, fim de tarde ou até mesmo à noite.
Caso opte por regar as plantas com um regador, aponte para o caule da planta, ao invés das folhas, vai conseguir poupar água, porque a mesma está a ser deslocada até à raiz onde vai ser realmente absorvida e não evaporada por estar sobre as folhas.
Época de chuva
A rega providenciada pela Natureza, a própria chuva, é um evento ao qual pode ser previsto com os vários canais meteorológicos que temos disponíveis nos nossos aparelhos eletrónicos, indicam na rádio, nas notícias e dessa forma conseguimos agir e planear a rega conforme as horas que vai chover.
Consoante a zona geográfica onde o seu relvado está inserido, consegue planear de forma aproximada, os meses que vai necessitar de mais ou menos regas e adequar soluções e tácticas para essas alturas.
Textura do Solo
Existem 3 grandes categorias de textura de solo: Arenosa, Franco e Argilosa. Dependendo do tipo de cultura e da espécie(s) pode verificar que tipo de solo é o mais indicado, pois há espécies com preferência por solos mais soltos e leves e outras com necessidade de solos mais pesados.
Usualmente, conseguimos bons resultados e desenvolvimento com uma textura a meio termo - Textura Franco.
Pode questionar o que é que a textura tem a ver com a poupança de água. É uma questão crucial na poupança de água, porque ao analisarmos a textura do solo conseguimos trabalhá-lo de forma que retenha alguma água diminuindo o escorrimento e não necessite de estar sempre a regar.
Um solo arenoso tem uma permeabilidade maior e juntar-lhe terra vegetal ou alguma turfa vai aproximá-lo a um solo franco, aumentando ligeiramente a retenção de água na zona radicular.
Através do mesmo pensamento podemos associar que um solo argiloso seria ideal, mas na verdade, devido à sua grande retenção de água, causa asfixia radicular à maioria das plantas.
O solo argiloso depois de seco, especialmente no pico do Verão, forma uma crosta rígida na superfície que em contacto com chuvas de outono, não permite uma infiltração lenta da água no solo, efetuando um escoamento turbulento superficial. Durante essa ocorrência os nutrientes e o solo em si, são lixiviados, podendo haver uma maior necessidade de aplicar fertilizantes ao longo do ano.
Revestimento do Solo
É importante não deixar o solo nú, sem nenhuma cobertura. O solo é um ecossistema permeável ao ar e água, ao revesti-lo diminui a evapotranspiração e caso opte, por uma forma mais natural, algumas espécies conseguem mesmo fixar nutrientes no solo, deixando-o mais saudável.
Existem vários tipos de revestimentos que pode optar de forma a diminuir o escoamento superficial e a erosão causada pelas intempéries.
Pode optar por um revestimento natural com plantas autóctones, semeando com mistura de sementes silvestres e formando um prado (é uma opção sobretudo estética, mas não está apta para o pisoteio, o uso e cortes regulares).
Um prado é uma opção sem necessidade de fornecer água, tem um conjunto de sementes autóctones que florescem na altura da Primavera, formam sementes, no Verão seca naturalmente ficando amarelado e com as primeiras chuvas volta a renascer. É uma excelente opção para quem quer um espaço dinâmico, com cores vívidas grande parte do ano e como bónus cria um espaço cheio de biodiversidade.
Como um prado não deve ser cortado com regularidade e como tal, não está apto ao pisoteio, pode optar por espécies que têm baixas necessidades de manutenção, como a bermuda e a grama brasileira, assim pode e deve usufruir do seu relvado, sabendo que está a proteger o solo.
Pode optar por um revestimento com inertes naturais, como a casca de pinheiro ou as aparas de madeira ou um revestimento mineral como cascalho, seixo de rio, entre outras.
No caso de ter uma horta, mantenha uma manutenção cuidada, não só a remoção de folhas velhas e secas de forma a diminuir propagação de doenças, mas também a remoção ativa de ervas daninhas do terreno que causam um aumento de competição por recursos naturais com as espécies que está a cultivar, sendo um deles, a água.
Recolha e conservação de água
A recolha e conservação da água para uso doméstico não tem muita dificuldade, mas sim, paciência e sentido de oportunidade.
Para situações de jardins de pequeno e médio tamanho, atividades como reservar a água fria enquanto não fica quente no banho, usar a água da lavagem de legumes ou o uso de depósitos de água para coletar a água da chuva, são formas de reutilizar a água desperdiçada do dia a dia para as regas.