- Manutenção do relvado
- Problemas no relvado
Principais doenças nos relvados no final de Verão e início do Outono
Os relvados fazem parte da maioria dos nossos jardins, é pois importante o conhecimento das doenças mais relevantes que os atacam no final do verão e no início do outono e como as tratar.
Deve ter em atenção que os jardins são espaços multivariados, com diferentes espécies vegetais, mas também com diversas tipologias de utilização. O conjunto destes dois fatores aliados a outros de carácter mais particulares inerente a cada jardim implicam que a gestão das diversas intervenções a efetuar deva ser muito ponderada e equilibrada, sob pena de descompensar alguma(s) da(s) componente(s) destes espaços de lazer.
Tal facto significa, pois, que a intervenção proposta para uma determinada espécie, ou conjunto de espécies, deva ser bem equacionada de forma integrada com os demais elementos do jardim.
Fusariose no relvado
Apresenta placas em tons rosa-pálido, depois de cor amarelo-palha com um anel exterior castanho a alaranjado e com a parte central relativamente verde, entre 2,5 a 30 cm.
As folhas e o colo das plantas infetadas ficam acastanhadas. Com a evolução da doença, as folhas adquirem um aspeto apodrecido e pastoso.
As épocas de risco mais elevado ocorrem entre outubro e novembro. Desenvolve-se sobretudo com temperaturas elevadas e em condições de seca, mas também devido a aplicações excessivas e/ou desequilibradas de azoto na primavera ou verão.
É importante:
- manter uma fertilização bastante equilibrada à base de azoto (N) e potássio (K).
- remover a camada morta que surge com frequência em resultado dos cortes.
Do ponto de vista dos tratamentos preventivos/curativos é possível recorrer a fitossanitários à base de azoxistrobina, de clorotalonil + propicinazol e de iprodiona.
Pythium no relvado
Esta doença representa na verdade um conjunto bastante vasto de fungos. Exibe manchas de aspeto gorduroso com coloração amarela-acinzentada a castanho-escura. Possui dimensões que variam entre os dois e os 15 cm de diâmetro; sendo que podem alastrar até aproximadamente três metros de diâmetro. As folhas adquirem um aspeto turgido em tons de amarelo.
As condições favoráveis ao desenvolvimento das doenças estão relacionadas com a ocorrência de temperatura alta, humidade elevada e noites mornas, ao passo que as espécies que atacam o colo desenvolvem-se com temperaturas mais baixas (11/21 ºC). O excesso de fertilizações azotadas são também um contributo.
É importante:
- evitar as regas abundantes
- promover a drenagem do solo.
- a aplicação de fertilizações equilibradas deve ser uma intervenção a ter em linha de conta.
Os tratamentos são possíveis através de fitossanitários à base de fosetil de alumínio e de azoxistrobina.
Anéis de Bruxas no relvado
Os relvados adquirem manchas circulares, com aros de cor verde-escura, frequentemente com presença de cogumelos sobre a periferia, sobretudo em condições de tempo húmido. As tonalidades verde mais escuras ocorrem aquando da libertação de azoto provocada pela decomposição da matéria orgânica feita pelos fungos (cogumelos). Além da presença de cogumelos e da alteração de tons, o solo torna-se menos permeável à infiltração de água, acabando por poder dessecar as plantas.
É importante:
- efetuar o arejamento do relvado
- promover a infiltração de água.
- remover a camada morta (feltro)
Os tratamentos fitossanitários deverão ser à base de azoxistrobina.
Ferrugem no Relvado
O relvado apresenta as manchas atacadas com relva esparsa, que amarelece progressivamente em placas de forma não definida, atingindo tonalidades castanhas-amareladas.
Uma característica típica da presente doença é a ocorrência de manchas pulverulentas de coloração alaranjada, com aspeto de ferrugem. Estas ocorrem nas folhas infetadas, particularmente ao longo das nervuras. A doença é favorecida por um desenvolvimento deficiente, que tem por base a carência de nutrientes, mas também pela alternância de períodos secos e húmidos.
É importante:
- manter uma fertilização bastante equilibrada à base de azoto (N), fósforo (P) e potássio (K).
- remover a camada morta (feltro)
- harmonizar as regas
Do ponto de vista dos tratamentos preventivos/curativos, é possível recorrer a produtos fitossanitários à base de azoxistrobina e de clorotalonil + propicinazol.
NOTA:
Nesta época e devido as condições extremamente favoráveis para o desenvolvimento da praga de Lagartas Noctuideae (Lagartas “roscas” da relva). Alertamos para a necessidade de vigiar o aparecimento da mesma em todos os relvados, chamando ainda a atenção para o facto, da relva recentemente colocada e os relvados com uma manutenção mais cuidada são mais atrativos para as posturas da borboleta que chega a colocar 1200 ovos por fêmea em 7-10 dias.
Um relvado bem mantido, arejado e com fertilização, é menos sensível a doenças. Devem evitar-se regas abundantes e promover a drenagem do solo.
Comentários
João
Obrigado pela publicação ajuda e muito