- Jardins
- Sustentabilidade
- Tendências
Jardins em 2050
Existem muitas razões para pensar que os nossos jardins não terão em 2050 a mesma aparência que têm hoje.
As tendências na jardinagem, e não só, vêm e vão. Mas mais importantes são as mudanças que ocorrem e ocorrerão à medida que o clima global continuar a aquecer, e as diferenças que essas mudanças trarão às condições ambientais de muitos jardins e às plantas que um jardim específico contém.
Foram desenvolvidos modelos científicos que nos mostram como as condições relacionadas com temperaturas, precipitação e outros fatores irão variar numa determinada área ao longo dos próximos anos, de modo a termos uma ideia bastante clara da trajetória esperada para locais específicos.
Talvez ainda não saibamos exatamente onde iremos parar, mas temos uma boa imagem do caminho que estamos a seguir e da direção que ele está a levar-nos. O que não sabemos é até que ponto seremos capazes de responder às mudanças que sabemos que vamos ter.
Os nossos jardins adotarão cada vez mais práticas sustentáveis? Ou será que muitos, frente às dificuldades, desistirão completamente dos jardins mais tradicionais?

Alterações climáticas que moldarão nossos jardins
À medida que as temperaturas globais continuam a subir, as mesmas mudanças de temperatura também serão observadas, numa escala menor, nos nossos jardins.
Em algumas áreas, a mudança de temperatura será mais profunda do que em outras. O quão desafiador o aumento das temperaturas pode ser dependerá de onde vive.
Mesmo uma pequena mudança de temperatura, que não nos pareça substancial, pode fazer uma grande diferença num jardim quer para as plantas que cultivamos, quer para a vida selvagem com quem partilhamos o nosso espaço.
A precipitação é outro fator a considerar. Alguns jardins receberão muito mais, outros, muito menos. É claro que isto tem implicações profundas na forma como jardinamos e no que podemos cultivar.
As alterações climáticas também provocam fenómenos meteorológicos extremos com uma frequência cada vez maior. Portanto, isto é algo para o qual nós e os nossos jardins precisamos de estar preparados.
As mudanças no clima também podem muitas vezes significar que as plantas que anteriormente prosperavam num determinado local já não o fazem da mesma forma. E novas plantas podem ser cultivadas num jardim específico que antes não podiam ser cultivadas lá.
Ao anteciparmos as mudanças, podemos moldar os nossos jardins para garantir que estamos a cultivar as plantas certas nos locais certos ao longo do tempo, e não apenas aqui e agora.

Quando tentamos imaginar como serão os jardins em 2050, não temos apenas de observar como as condições ambientais irão mudar nessa altura. Uma questão fundamental a colocar é se a jardinagem seguirá uma trajetória rumo a uma maior biodiversidade, sabedoria natural e sustentabilidade ou se seguiremos outro caminho e não conseguiremos adotar uma jardinagem mais sustentável.
A responsabilidade recai sobre cada um de nós para tentar garantir que seja a primeira opção e que não estejamos apenas preparados, mas também envolvidos. Com as abordagens certas, podemos garantir que os nossos jardins permanecem bonitos e produtivos e até mesmo mais bonitos do que nunca.
Imaginando o Jardim em 2050
O jardim de 2050, espera-se que seja aquele que:
- Antecipou as alterações climáticas e microclimáticas e foi concebido tendo-as em mente, ou seja, plantou as plantas certas nos locais certos.
- Inclui diversas espécies de plantas que trabalham juntas com estabilidade e resiliência.
- Acolhe o máximo possível de vida selvagem. Com a perda de habitat expectável, os animais ficarão em melhor situação se formos seus aliados.
- Seja um espaço que utiliza recursos hídricos, aproveitando ao máximo este recurso tão precioso, independentemente da quantidade que esteja disponível.
- Produz alimentos e satisfaz outras necessidades humanas de forma confiável e resiliente. Existe atualmente um maior reconhecimento de que os jardins podem proporcionar muito mais do que apenas um espaço para o recreio.
- Não gera resíduos e funciona como um sistema de circuito fechado, exigindo poucas ou nenhumas contribuições externas ao longo do tempo.

É claro que o jardim de 2050 será composto por muitas coisas, e o verdadeiro quadro será provavelmente complexo, onde algumas coisas correram bem e outras não tão bem quando olhamos para o quadro geral.
Mas ao imaginarmos como queremos que seja o jardim em 2050, podemos contribuir para tornar essa imagem numa realidade.